
União da Vitória e Porto União são como uma só cidade,
dividida pela linha que separa os estados do Paraná e Santa Catarina. Neste caso, literalmente uma linha, só que férrea. A estação de trem desativada, em estilo
art déco, é um dos pontos obrigatórios para os visitantes.
Ali você pode ver a quantas anda o seu alongamento, colocando um pé em cada lado dos trilhos, para que possa ficar, desta forma,
metade em União da Vitória, metade em Porto União. A acrobacia, claro, deve ser registrada em uma foto.
Essa etapa eu cumpri em minha primeira ida para lá, ano passado, para o
6º Giro de Comunicação. O evento é organizado pelo curso de Comunicação da
UNIUV – Centro Universitário de União da Vitória. Estive lá novamente agora em junho e fiz uma palestra sobre
Criação em Marketing Direto, dentro da programação da 7ª edição do evento.

Alguns anos de mercado, outros de estudos e pesquisas e me sinto bastante à vontade para falar sobre o assunto. Porém, quase simultaneamente,
chegam notícias do festival de Cannes que me fazem repensar a forma como estamos criando para (e falando de) marketing direto.
Neste ano, tivemos 9 peças no
short list da categoria, mas
nenhum Leão.
Avaliação de Márcio Salem, presidente do júri:
faltou uma grande idéia criativa e melhorar a convergência entre mídias (que outros países fazem muito bem e que tem sido a tendência dos últimos anos).
Talvez a gente ainda precise
amadurecer o conceito de “grande idéia criativa”. Não se pode confundir isso, que é bastante estratégico, apenas com humor e sacadas espertinhas. Vide o
case que levou o
Grand Prix de
Direct, assinado pela JWT de Mumbai, Índia. É uma campanha para a escolha de um líder para o futuro do país (não confunda com campanha eleitoral). A sacada desse
case não está em alguma chamada com duplo sentido. Muito pelo contrário: como o job é sério, o tom precisa ser outro. E aqui, portanto,
a criatividade está na estratégia.
A campanha envolveu televisão, jornal, internet. Ou seja, a tal da convergência. A diferença desse para alguns
cases brasileiros é que a utilização de vários meios é feita com pertinência, e não apenas para brincar de comunicação 360 graus.
Todas as considerações feitas pelo Márcio Salem e as que, com certeza, virão de outros profissionais de destaque, devem ser levadas em conta como um alerta, como
balizadoras para repensarmos a forma de trabalhar o marketing direto no Brasil (pelo menos para aqueles que desejam ser premiados em Cannes). Não só pelas grandes agências e anunciantes, mas
também para quem cria e utiliza o marketing direto com verbas muito menores.
Na prática:
criar com mais estratégia. Usar o texto e a direção de arte para
reforçar uma boa e pertinente idéia. Não se contentar apenas com uma sacada que só se sustenta em si mesma.
Considerar as técnicas – as consagradas e aquelas que a sua experiência mostrar que funcionam. Fazer a comunicação
convergir com coerência, respeitando o uso que as pessoas fazem de cada meio.
E se depois de matar um leão por dia bater aquele estresse, aproveite essa dica para relaxar.
Dê um pulinho em União da Vitória, a 230 km de Curitiba, e deslumbre-se com a beleza do rio Iguaçu, a força da ponte velha, a pitoresca igrejinha em forma de barco, a vista que se tem do Cristo e generosidade do filé mignon aos 4 queijos do
restaurante Dal Bó.
Casa antiga da cidade, hoje transformada em museu.
A igrejinha em forma de barco, fora da região central das cidades. Está bem próxima à margem do rio Iguaçu, do lado esquerdo de quem chega de Curitiba pela BR 153 (continuação da BR 476).