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20.8.11

Precisa-se de revistas



E quem não precisa? Revista é tão legal, né? No meu caso, as revistas são para estudo. E como eu não preciso delas exatamente na data em que vão para as bancas, pensei que podia conseguir algumas doações.

Defini como corpus da minha pesquisa de doutorado as revistas Veja, Exame e Claudia. Vou analisar  exemplares a partir de agosto de 2011 até janeiro de 2012 (ou um pouco mais, dependendo do que encontrar).

Se você assina ou compra estas revistas e costuma doar/jogar fora depois de lê-las, por favor, guarde-as para mim que irei buscá-las. Pode ser em Curitiba ou em São Paulo.

Obrigada!

10.8.11

Autores & Ideias no Paço da Liberdade

Amanhã, no Paço da Liberdade, com mediação minha. :)

Curso intensivo Semiótica das Paixões - PUCSP

Começa amanhã, dia 11/8, o curso intensivo de Semiótica das Paixões com a semioticista italiana Isabella Pezzini, das 19h às 21h, na PUC-SP. Baixe o arquivo para visualizar melhor as informações.


23.5.11

Para ver e sentir as Dores da Colômbia


Se você está em Curitiba, recomendo uma visita à exposição Dores da Colômbia, em cartaz no MON - Museu Oscar Niemeyer até 14 de agosto. Pela imagem você já deve ter reconhecido o artista: Fernando Botero, famoso pelas formas roliças e voluptuosas.

Nestas obras, porém, nada de humor ou sátira. Os corpos gorduchos, muitas vezes nus, estão crivados de balas, despedaçados por serras elétricas, subjugados por bandidos (?) com facas e metralhadoras. Quando não estão sendo agredidos, rezam ou choram pela morte dos seus.

Em contraponto às figuras gorduchas, esqueletos “risonhos”, portando faixas e bandeiras com as cores da Colômbia, acompanham desabrigados e desalojados que vagam pelo país. As paisagens e o casario colorido sugerem alegria, o que só aumenta o impacto pelo contraste com os atos de violência para os quais servem de cenário.

A “inspiração” para o artista veio dos massacres (aliás, muitas obras têm essa palavra no título) provocados pelo governo, por guerrilheiros, por grupos paramilitares, pelo narcotráfico. São pinturas a óleo, aquarelas e desenhos produzidos entre 1999 e 2004.

Uma declaração de Botero estampa uma das paredes da sala expositiva: “não vou fazer negócio com a dor da Colômbia”. Todas as obras da coleção foram doadas por ele ao Museu Nacional da Colômbia, que agora faz circular a exposição em um programa de itinerância.

20.5.11

Sobre a cerveja das Tchecas - carta aberta aos alunos de Comunicação da Facinter

Olá pessoal

Queria retomar um assunto que surgiu ontem, durante a palestra sobre o livro "Sociedade excitada", respondendo a pergunta feita por um dos alunos, sobre minha opinião quanto à questão ética do episódio (vejam aqui uma excelente análise).

O que chamamos de web 2.0 permite que qualquer um se torne emissor (pode ter seu blog, gravar seu vídeo e postar no YouTube, fazer uma galeria de fotos no Flickr etc.). Lembram que falamos ontem sobre a pressão por emitir, por estar "aí"? Quando todos podem produzir conteúdo, diferenciar o que é produção de uma pessoa ou de uma empresa fica mais complicado. Criar conteúdos com cara de "vida real" tem sido uma estratégia frequente na publicidade. Algumas iniciativas são bem sucedidas. Outras, resvalam para o mau gosto e até a falta de respeito.

A cerveja Proibida usou essa estratégia. No entanto, ela continuaria no ambiente das redes sociais, não fosse o problema causado pela "pressão das notícias", pela necessidade de estar sempre causando sensação, que comentamos ontem. O programa de TV Pânico foi atrás das meninas para tornar a sua atração mais "sensacional". Mais uma vez, é a TV, a mídia de massa, buscando conteúdo naquilo que é produzido nas redes sociais, pelos indivíduos comuns. O problema, neste caso, é que ela avaliou errado: veiculou um conteúdo que foi produzido com intenções comerciais.

O artigo no link logo acima fala que a tal cerveja, quando realmente for lançada, pode ter problemas com a mídia, devido a esse episódio. A imprensa não gosta de ser enganada. Por outro lado, a imprensa anda se confundindo demais com entretenimento, o que a deixa mais vulnerável a esse tipo de equívoco. Cadê a investigação, a busca, a apuração das notícias? O Pânico só foi atrás dessas meninas porque é um programa que resvala para o mau gosto. Mulheres seminuas, com apelo sensual, foi uma isca excelente para eles. Fica a lição.

Do ponto de vista do receptor, do cidadão comum, acredito que esse tipo de situação deve servir como lição. Precisamos ter uma visão mais crítica sobre os conteúdos da mídia, selecionar melhor o que ler, o que assistir, em que acreditar. Recomendo a vocês a leitura de "O culto do amador", que fala sobre a questão da pouca qualidade do conteúdo produzido pelos usuários (apesar de eu não concordar com os argumentos do autor). Rende uma boa discussão.

Se eu acho antiético? A resposta é difícil. Tendo a acreditar que não. Qualquer um pode produzir conteúdo e postar na internet. Como lidar com esse fato irreversível? Aprendendo a ter discernimento e usando nosso poder de consumidores – de produtos e de mídias, boicotando aqueles que não nos respeitam.

E vocês, o que acham?

20.3.11

Curso básico de etiqueta no trânsito. Aula 1: estacionamento.

A cidade está lotada de carros. Falta espaço nos estacionamentos, que dirá nas ruas. Há tanta demanda que os preços de estacionamento em Curitiba já alcançaram os de São Paulo (onde espaço para circular e deixar o carro é escasso há bastante tempo). O melhor seria ter menos carros nas ruas, usar mais o transporte coletivo, andar de bicicleta etc. Mas, enquanto não chegamos a esse nível de consciência e desenvolvimento, podíamos, ao menos, atenuar o problema com medidas simples, ao alcance de todos: a educação e o senso de coletividade.

Que sorte! Achou uma vaga e ainda conseguiu deixar todo esse espaço entre o outro carro?

Uma das coisas que mais me emputecem deixam irritada na rua é ver carros mal estacionados, tirando a vaga de um ou mais veículos, principalmente em áreas onde é difícil encontrar lugar para parar. Veja os espaços desperdiçados por quem acha que a rua é a ampla e irrestrita garagem de casa. O lugar? Imediações da Cantina do Délio e da Bella Banoffi, lotados nos finais de semana.

Ops, espação na frente também. Na sua vaga, vermelhinho, caberiam dois carros com motoristas que sabem estacionar direito.

Alguns podem argumentar: "a rua é pública, eu paro onde eu quero". São as mesmas pessoas que não fazem conversão quando ela é obrigatória, engarrafando a via que deveria fluir; as que miram a mediatriz do carro na faixa que separa as pistas, atravancando as duas vias; as que vão devagarinho almoçar em Santa Felicidade (o que é ótimo), mas fazem questão de andar assim na faixa da ESQUERDA. Enfim, aqueles que são motoristas, mas não são cidadãos, acham que vivem sozinhos no mundo e têm uma péssima educação.

Xiii, o carro preto também está ocupando mais espaço do que deve/precisa.

Existem ainda aqueles que não sabem/não gostam de estacionar, e por isso ocupam uma vaga dupla com seu único carro, para ter mais espaço ao sair. Se você pertence a esse grupo e mesmo assim conseguiu a habilitação (o teste do Detran exige proficiência em baliza), faça um favor à coletividade: abra mão da manobra e pare seu carro num estacionamento.

Que beleza estes dois, hein? Tem espaço pra tudo aí, menos para educação e bom senso.

3.3.11

Ciclo Semiótica, Cinema e Espaço Urbano - PUC-SP


CICLO SEMIÓTICA, CINEMA E ESPAÇO URBANO

Dias 10, 16, 18, 21, 23, 24, 25 e 30 de março, das 18h às 22h30

Centro de Pesquisas Sociossemióticas
Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica - PUC-SP

Organização: Profª Drª Ana Claudia de Oliveira (PUC-SP:COS/CPS)

Convidados especiais:
• Prof. Dr. PierLuigi Cervelli  (Università Sapienza de Roma)
• Luciano Ramos (crítico cinematográfico, pesquisador do CPS, pós graduando da UNICAMP: Multimeios)

Programação:
• 18h às 20h – exibição do filme
• 20h às 20h30 – intervalo
• 20h30 às 22h30 – intervenções e debates

Local: PUC-SP - Campus Perdizes - Rua Ministro Godoy, 969 - São Paulo. Veja o auditório de cada dia na lista de filmes, abaixo.

Público-alvo: alunos da Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica, Ciências Sociais, Geografia, História e outros que têm estudos sobre as metrópoles; demais interessados.

Entrada franca. Certificado para os inscritos. Inscrições: sil.alencar@gmail.com

Objetivo: situar questões das grandes cidades com as suas práticas de vida e modos de presença dos seus habitantes na cotidianidade urbana, a fim de permitir a criação de uma contextualização das principais problemáticas entorno da visibilidade da cidade, do habitante, das formas de vida e de sociabilidade.

Cada sessão será seguida de um debate com especialistas e com a participação de pesquisadores, universitários e curiosos que se interessam por esse temário da metrópole contemporânea.

Seleção de filmes estrangeiros e brasileiros:

10/3 - Uccellacci e uccellini (1969), direção de Pier Paolo Pasolini - Auditório 100
16/3 - Brutti, Sporchi e cattivi (1976), direção de Ettore Scola - Auditório 134 C
18/3 - Gomorra (2008), direção de Matteo Garrone - Auditório 134 C
21/3 - La Zona (2007), direção de Rodrigo Plà - Auditório 134 C

23/3 - Contra todos (2005), direção de Roberto Moreira - Auditório 134 C
24/3 - Não por acaso (2007), direção de Philippe Barcinski - Auditório 100
25/3 - Os doze trabalhos (2006), direção de Ricardo Elias - Auditório 134 C
30/3 - O signo da cidade (2008), direção de Ricelli - Auditório 134 C

23.2.11

Por que as curitibanas não usam saia?


Foi meu marido que observou a primeira vez: as curitibanas não usam saia. Ou usam menos do que mulheres de outros lugares. Comecei a reparar. Talvez ele tenha razão. De certa forma, faz sentido.

A ideia ficou rolando na minha cabeça durante algum tempo. Até que me caiu nas mãos uma reportagem sobre as mulheres de Curitiba, publicada na revista Nova de 1982! Não teve como não juntar as duas coisas. E o resultado é este texto, publicado no Digestivo Cultural.

O que você acha? Dê uma olhadinha lá e comente.

19.2.11

Atelier Passé Composé

Quando não estou fazendo job, nem lendo, nem estudando, fico inventando coisas. E como não nego minha raça de publicitária e redatora, tive que criar uma marca para minhas artes: Passé Composé. Já tem até blog: http://passadocomposto.blogspot.com.

31.1.11

Estúpido Cupido, você lembra?

Você ainda tem em casa discos de vinil e fitas cassete? Eu tenho duas fitas de ótimas trilhas sonoras de novelas, como já não se faz mais nos dias de hoje. Uma delas é de Hipertensão, de 1986/1987, e a outra de Estúpido Cupido, que foi ao ar entre 1976 e 1977.

O @tatavaz está digitalizando as fitas para mim. Já tinha nascido na época de Estúpido Cupido, mas não lembro da novela. Curiosa, fui buscar mais informações. Foi a última novela em P&B feita pela Globo. Mas tem uma coisa bacana: o capítulo final foi gravado em cores, sem que os atores soubessem.

A história se passa em 1961 na cidade fictícia de Albuquerque. A mocinha é Françoise Fourton. Se chama Maria Thereza (mesmo nome da mulher de Jango, que assumiu a presidência do Brasil no lugar de Jânio Quadros, justamente neste ano; era a nossa Jackie Kennedy). Bom, não sei muito mais do que isso, mas encontrei dois vídeos no YouTube: um com parte do primeiro capítulo da novela, outro com parte do último.

O último capítulo tem um sofisticado jogo de metalinguagem, inimaginável para uma novela atual, quando os autores e diretores simplificam tudo ao máximo, para que a narrativa seja à prova de qualquer nível de compreensão e interpretação.

Suponho que esta última parte se passe já na década de 70, talvez na época da exibição. O Brasil ainda está na ditadura militar. Mesmo assim, tem um diálogo que critica a falta de politização das músicas da Bossa Nova, dizendo que os anos 1960 eram muito ingênuos. A censura já devia estar bem mais branda...

Você assistiu a novela? Lembra dela? Por favor, conte suas impressões! Se não assistiu, veja aqui partes do primeiro e do último capítulo. E aqui neste site você pode ouvir as músicas da trilha.



21.1.11

O café do CCBB

São 2 da tarde. Chego no Centro Cultural Banco do Brasil, centro do Rio, para ver a exposição do Escher. Antes quero tomar um café. Subimos na Brasserie Brasil - Restaurante e CAFÉ, que fica no mezanino na livraria Travessa que tem no CCBB. Abaixo, o mesmo restaurante e CAFÉ tem um balcão e mais mesinhas (que estão lotadas, por isso subo ao mezanino). Sentamos em uma mesa. Tatá pede uma coca. Garçom traz a coca. Peço o café.

- Não servimos café nessa hora.
- Como?
- Se a senhora quiser tomar um café, pode voltar às 16 horas. Agora é só essa parte do cardápio aqui (menu do almoço).
- E se eu almoçar aqui e quiser tomar um café, vocês não servem?
- Não.
- Ali embaixo, descendo a escada, é de vocês também?
- Sim.
- E você não pode pegar um café pra mim ali e trazer para cá?
- Não.
- E por que, então, vocês não avisam isso?
- (silêncio)

17.1.11

Muito adjetivo = falta de conteúdo

Já aconteceu inúmeras vezes comigo: quando não há informação suficiente, ou quando o cliente não pode falar a "verdade" sobre o seu produto, o texto acaba cheio de adjetivos. São palavras que não dizem nada quando desacompanhadas de alguns substantivos que as suportem. E o pior: os adjetivos escolhidos são sempre os mesmos.

Agora pouco, na minha timeline do Twitter, aparece o post de uma marca de cosméticos e perfumaria falando sobre uma de suas fragrâncias masculinas. Diz assim: "Deo Colônia xxxxxxx: É a imagem da ousadia e do bom gosto, traduzindo modernidade, inovação e elegância".

Ok, eu sei que perfume é difícil de tangibilizar, até porque o apelo não é nada tangível, é sempre subjetivo. Mas a frase acima não diz nada. O que este produto tem que o torna a imagem da ousadia e do bom gosto? Quais características que conferem a ele o poder de traduzir a modernidade, a inovação e a elegância? Aliás, é tão difícil ser inovador nos dias de hoje. Como esse perfume conseguiu?

Ao escrever sobre um produto, não precisamos abandonar os adjetivos. Mas devemos tentar fazê-los andar de mãos dadas com fatos e justificativas, para que não despenquem no vazio.

E isso vale também para o Twitter. Limitação de caracteres não é desculpa, não pode ter preguiça de adaptar o texto ao meio.

16.1.11

Mangia che te fa bene

Delicioso almoço em família no Torna Sorriento. É um restaurante que parece ter tido dias melhores, do tempo em que era moda aqui em Curitiba aquelas cantinas mais penumbrentas, com cara de velhas, ao estilo Baviera, Sacristia e Calabouço.

O Torna Sorriento está sempre meio vazio, o que pode causar uma má impressão ou certa melancolia. Acho que a frequência maior é dos clientes tradicionais, que almoçam e jantam lá há anos. A vantagem: um atendimento de primeira, coisa que tem sido rara hoje em dia, em qualquer tipo de negócio.

Costumo ir de vez em quando, desde que era adolescente. Hoje comemos uma das especialidades da casa: uma deliciosa perna de carneiro assada, rodeada de brócolis e batatas. Um bela salada, arroz e penne na manteiga acompanham o prato. Serve quatro pessoas famintas traquilamente. E digo com segurança: é muuuuito melhor que o carneiro do Famiglia Fadanelli, que também oferece um prato parecido com esse.

Já que o restaurante não tem site, coloquei este vídeo que garimpei no YouTube e que mostra o interior da casa. Não é o almoço da minha família, não conheço ninguém do vídeo, é apenas ilustrativo. Buon appetito!

5.1.11

As férias do Ferrugem

Quase toda viagem é a mesma coisa: meu coração fica partido porque não posso levar o Ferrugem. São poucos os hoteis que aceitam cachorros. O camping onde ficamos agora, no Ano Novo, também não aceita. Meu consolo é que, quando viajamos, o Ferrugem fica num lugar super legal aqui em Curitiba, que é o Roa Canan.

Tem lugares em que os cachorros ficam em gaiolas, não passeiam, ficam estressados. Não é o caso do Roa Canan. O Ferrugem volta até mais magrinho pra casa, de tanto que correu e brincou. Essa certeza de que o cachorro vai ficar bem, de que será bem tratado e de que receberá carinho é o que me deixa mais tranquila.

Olha que graça o certificado que ele recebeu:



Apesar de ser bem tratado e se divertir bastante, não tem jeito: quando volta pra casa, sempre levamos bronca dele. Olha só: