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23.6.08

Palestra no 7º Giro de Comunicação da UNIUV



União da Vitória e Porto União são como uma só cidade, dividida pela linha que separa os estados do Paraná e Santa Catarina. Neste caso, literalmente uma linha, só que férrea. A estação de trem desativada, em estilo art déco, é um dos pontos obrigatórios para os visitantes.

Ali você pode ver a quantas anda o seu alongamento, colocando um pé em cada lado dos trilhos, para que possa ficar, desta forma, metade em União da Vitória, metade em Porto União. A acrobacia, claro, deve ser registrada em uma foto.

Essa etapa eu cumpri em minha primeira ida para lá, ano passado, para o 6º Giro de Comunicação. O evento é organizado pelo curso de Comunicação da UNIUV – Centro Universitário de União da Vitória. Estive lá novamente agora em junho e fiz uma palestra sobre Criação em Marketing Direto, dentro da programação da 7ª edição do evento.



Alguns anos de mercado, outros de estudos e pesquisas e me sinto bastante à vontade para falar sobre o assunto. Porém, quase simultaneamente, chegam notícias do festival de Cannes que me fazem repensar a forma como estamos criando para (e falando de) marketing direto.

Neste ano, tivemos 9 peças no short list da categoria, mas nenhum Leão. Avaliação de Márcio Salem, presidente do júri: faltou uma grande idéia criativa e melhorar a convergência entre mídias (que outros países fazem muito bem e que tem sido a tendência dos últimos anos).

Talvez a gente ainda precise amadurecer o conceito de “grande idéia criativa”. Não se pode confundir isso, que é bastante estratégico, apenas com humor e sacadas espertinhas. Vide o case que levou o Grand Prix de Direct, assinado pela JWT de Mumbai, Índia. É uma campanha para a escolha de um líder para o futuro do país (não confunda com campanha eleitoral). A sacada desse case não está em alguma chamada com duplo sentido. Muito pelo contrário: como o job é sério, o tom precisa ser outro. E aqui, portanto, a criatividade está na estratégia.

A campanha envolveu televisão, jornal, internet. Ou seja, a tal da convergência. A diferença desse para alguns cases brasileiros é que a utilização de vários meios é feita com pertinência, e não apenas para brincar de comunicação 360 graus.

Todas as considerações feitas pelo Márcio Salem e as que, com certeza, virão de outros profissionais de destaque, devem ser levadas em conta como um alerta, como balizadoras para repensarmos a forma de trabalhar o marketing direto no Brasil (pelo menos para aqueles que desejam ser premiados em Cannes). Não só pelas grandes agências e anunciantes, mas também para quem cria e utiliza o marketing direto com verbas muito menores.

Na prática: criar com mais estratégia. Usar o texto e a direção de arte para reforçar uma boa e pertinente idéia. Não se contentar apenas com uma sacada que só se sustenta em si mesma. Considerar as técnicas – as consagradas e aquelas que a sua experiência mostrar que funcionam. Fazer a comunicação convergir com coerência, respeitando o uso que as pessoas fazem de cada meio.

E se depois de matar um leão por dia bater aquele estresse, aproveite essa dica para relaxar. Dê um pulinho em União da Vitória, a 230 km de Curitiba, e deslumbre-se com a beleza do rio Iguaçu, a força da ponte velha, a pitoresca igrejinha em forma de barco, a vista que se tem do Cristo e generosidade do filé mignon aos 4 queijos do restaurante Dal Bó.



Casa antiga da cidade, hoje transformada em museu.




A igrejinha em forma de barco, fora da região central das cidades. Está bem próxima à margem do rio Iguaçu, do lado esquerdo de quem chega de Curitiba pela BR 153 (continuação da BR 476).