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23.5.11

Para ver e sentir as Dores da Colômbia


Se você está em Curitiba, recomendo uma visita à exposição Dores da Colômbia, em cartaz no MON - Museu Oscar Niemeyer até 14 de agosto. Pela imagem você já deve ter reconhecido o artista: Fernando Botero, famoso pelas formas roliças e voluptuosas.

Nestas obras, porém, nada de humor ou sátira. Os corpos gorduchos, muitas vezes nus, estão crivados de balas, despedaçados por serras elétricas, subjugados por bandidos (?) com facas e metralhadoras. Quando não estão sendo agredidos, rezam ou choram pela morte dos seus.

Em contraponto às figuras gorduchas, esqueletos “risonhos”, portando faixas e bandeiras com as cores da Colômbia, acompanham desabrigados e desalojados que vagam pelo país. As paisagens e o casario colorido sugerem alegria, o que só aumenta o impacto pelo contraste com os atos de violência para os quais servem de cenário.

A “inspiração” para o artista veio dos massacres (aliás, muitas obras têm essa palavra no título) provocados pelo governo, por guerrilheiros, por grupos paramilitares, pelo narcotráfico. São pinturas a óleo, aquarelas e desenhos produzidos entre 1999 e 2004.

Uma declaração de Botero estampa uma das paredes da sala expositiva: “não vou fazer negócio com a dor da Colômbia”. Todas as obras da coleção foram doadas por ele ao Museu Nacional da Colômbia, que agora faz circular a exposição em um programa de itinerância.

Um comentário:

Adri schi disse...

Adorei o post. E o blog mais ainda. Por supuesto voy a ver y sentir las dolores de Colombia. besos Adri