Páginas

31.1.11

Estúpido Cupido, você lembra?

Você ainda tem em casa discos de vinil e fitas cassete? Eu tenho duas fitas de ótimas trilhas sonoras de novelas, como já não se faz mais nos dias de hoje. Uma delas é de Hipertensão, de 1986/1987, e a outra de Estúpido Cupido, que foi ao ar entre 1976 e 1977.

O @tatavaz está digitalizando as fitas para mim. Já tinha nascido na época de Estúpido Cupido, mas não lembro da novela. Curiosa, fui buscar mais informações. Foi a última novela em P&B feita pela Globo. Mas tem uma coisa bacana: o capítulo final foi gravado em cores, sem que os atores soubessem.

A história se passa em 1961 na cidade fictícia de Albuquerque. A mocinha é Françoise Fourton. Se chama Maria Thereza (mesmo nome da mulher de Jango, que assumiu a presidência do Brasil no lugar de Jânio Quadros, justamente neste ano; era a nossa Jackie Kennedy). Bom, não sei muito mais do que isso, mas encontrei dois vídeos no YouTube: um com parte do primeiro capítulo da novela, outro com parte do último.

O último capítulo tem um sofisticado jogo de metalinguagem, inimaginável para uma novela atual, quando os autores e diretores simplificam tudo ao máximo, para que a narrativa seja à prova de qualquer nível de compreensão e interpretação.

Suponho que esta última parte se passe já na década de 70, talvez na época da exibição. O Brasil ainda está na ditadura militar. Mesmo assim, tem um diálogo que critica a falta de politização das músicas da Bossa Nova, dizendo que os anos 1960 eram muito ingênuos. A censura já devia estar bem mais branda...

Você assistiu a novela? Lembra dela? Por favor, conte suas impressões! Se não assistiu, veja aqui partes do primeiro e do último capítulo. E aqui neste site você pode ouvir as músicas da trilha.



21.1.11

O café do CCBB

São 2 da tarde. Chego no Centro Cultural Banco do Brasil, centro do Rio, para ver a exposição do Escher. Antes quero tomar um café. Subimos na Brasserie Brasil - Restaurante e CAFÉ, que fica no mezanino na livraria Travessa que tem no CCBB. Abaixo, o mesmo restaurante e CAFÉ tem um balcão e mais mesinhas (que estão lotadas, por isso subo ao mezanino). Sentamos em uma mesa. Tatá pede uma coca. Garçom traz a coca. Peço o café.

- Não servimos café nessa hora.
- Como?
- Se a senhora quiser tomar um café, pode voltar às 16 horas. Agora é só essa parte do cardápio aqui (menu do almoço).
- E se eu almoçar aqui e quiser tomar um café, vocês não servem?
- Não.
- Ali embaixo, descendo a escada, é de vocês também?
- Sim.
- E você não pode pegar um café pra mim ali e trazer para cá?
- Não.
- E por que, então, vocês não avisam isso?
- (silêncio)

17.1.11

Muito adjetivo = falta de conteúdo

Já aconteceu inúmeras vezes comigo: quando não há informação suficiente, ou quando o cliente não pode falar a "verdade" sobre o seu produto, o texto acaba cheio de adjetivos. São palavras que não dizem nada quando desacompanhadas de alguns substantivos que as suportem. E o pior: os adjetivos escolhidos são sempre os mesmos.

Agora pouco, na minha timeline do Twitter, aparece o post de uma marca de cosméticos e perfumaria falando sobre uma de suas fragrâncias masculinas. Diz assim: "Deo Colônia xxxxxxx: É a imagem da ousadia e do bom gosto, traduzindo modernidade, inovação e elegância".

Ok, eu sei que perfume é difícil de tangibilizar, até porque o apelo não é nada tangível, é sempre subjetivo. Mas a frase acima não diz nada. O que este produto tem que o torna a imagem da ousadia e do bom gosto? Quais características que conferem a ele o poder de traduzir a modernidade, a inovação e a elegância? Aliás, é tão difícil ser inovador nos dias de hoje. Como esse perfume conseguiu?

Ao escrever sobre um produto, não precisamos abandonar os adjetivos. Mas devemos tentar fazê-los andar de mãos dadas com fatos e justificativas, para que não despenquem no vazio.

E isso vale também para o Twitter. Limitação de caracteres não é desculpa, não pode ter preguiça de adaptar o texto ao meio.

16.1.11

Mangia che te fa bene

Delicioso almoço em família no Torna Sorriento. É um restaurante que parece ter tido dias melhores, do tempo em que era moda aqui em Curitiba aquelas cantinas mais penumbrentas, com cara de velhas, ao estilo Baviera, Sacristia e Calabouço.

O Torna Sorriento está sempre meio vazio, o que pode causar uma má impressão ou certa melancolia. Acho que a frequência maior é dos clientes tradicionais, que almoçam e jantam lá há anos. A vantagem: um atendimento de primeira, coisa que tem sido rara hoje em dia, em qualquer tipo de negócio.

Costumo ir de vez em quando, desde que era adolescente. Hoje comemos uma das especialidades da casa: uma deliciosa perna de carneiro assada, rodeada de brócolis e batatas. Um bela salada, arroz e penne na manteiga acompanham o prato. Serve quatro pessoas famintas traquilamente. E digo com segurança: é muuuuito melhor que o carneiro do Famiglia Fadanelli, que também oferece um prato parecido com esse.

Já que o restaurante não tem site, coloquei este vídeo que garimpei no YouTube e que mostra o interior da casa. Não é o almoço da minha família, não conheço ninguém do vídeo, é apenas ilustrativo. Buon appetito!

5.1.11

As férias do Ferrugem

Quase toda viagem é a mesma coisa: meu coração fica partido porque não posso levar o Ferrugem. São poucos os hoteis que aceitam cachorros. O camping onde ficamos agora, no Ano Novo, também não aceita. Meu consolo é que, quando viajamos, o Ferrugem fica num lugar super legal aqui em Curitiba, que é o Roa Canan.

Tem lugares em que os cachorros ficam em gaiolas, não passeiam, ficam estressados. Não é o caso do Roa Canan. O Ferrugem volta até mais magrinho pra casa, de tanto que correu e brincou. Essa certeza de que o cachorro vai ficar bem, de que será bem tratado e de que receberá carinho é o que me deixa mais tranquila.

Olha que graça o certificado que ele recebeu:



Apesar de ser bem tratado e se divertir bastante, não tem jeito: quando volta pra casa, sempre levamos bronca dele. Olha só: