Páginas

17.1.11

Muito adjetivo = falta de conteúdo

Já aconteceu inúmeras vezes comigo: quando não há informação suficiente, ou quando o cliente não pode falar a "verdade" sobre o seu produto, o texto acaba cheio de adjetivos. São palavras que não dizem nada quando desacompanhadas de alguns substantivos que as suportem. E o pior: os adjetivos escolhidos são sempre os mesmos.

Agora pouco, na minha timeline do Twitter, aparece o post de uma marca de cosméticos e perfumaria falando sobre uma de suas fragrâncias masculinas. Diz assim: "Deo Colônia xxxxxxx: É a imagem da ousadia e do bom gosto, traduzindo modernidade, inovação e elegância".

Ok, eu sei que perfume é difícil de tangibilizar, até porque o apelo não é nada tangível, é sempre subjetivo. Mas a frase acima não diz nada. O que este produto tem que o torna a imagem da ousadia e do bom gosto? Quais características que conferem a ele o poder de traduzir a modernidade, a inovação e a elegância? Aliás, é tão difícil ser inovador nos dias de hoje. Como esse perfume conseguiu?

Ao escrever sobre um produto, não precisamos abandonar os adjetivos. Mas devemos tentar fazê-los andar de mãos dadas com fatos e justificativas, para que não despenquem no vazio.

E isso vale também para o Twitter. Limitação de caracteres não é desculpa, não pode ter preguiça de adaptar o texto ao meio.

Nenhum comentário: