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23.8.09

Networking para professores

Tem uma pergunta que invariavelmente todo professor universitário alguma dia na vida irá ouvir (normalmente vinda de aluno): "professor, você também trabalha ou só dá aula?".

É engraçada, mas reflete a percepção de que dar aula não é um trabalho como os outros, em que você tem chefe, metas, aspirações de carreira, promoções, reuniões, projetos, horas extras, enfim, todos aqueles termos e atividades que caracterizam a vida corporativa.

Parece que dar aula é um hobby remunerado e com a vantagem de ter férias 2 vezes por ano. É porque as pessoas não conhecem as atividades que um professor faz antes e depois da aula e durante as "férias": ler, ler, ler, ler, estudar, preparar aula, procurar cases e exemplos, corrigir provas e trabalhos, lançar conteúdo no portal, responder e-mail de aluno, fazer aquele projeto que o coordenador pediu, lançar notas e presenças no diário eletrônico, convocar os amigos para um bate-papo com seus alunos, participar de reuniões pedagógicas, atualizar o currículo Lattes e mais uma infinidade de coisas.

Não estou reclamando, acho que isso faz parte do nosso job description. É só para mostrar que professor trabalha sim, e muito.

Apesar de tantas atividades, vivemos em busca de mais trabalho, mais aulas, mais projetos. Mas professor trabalha à noite, então não faz happy hour, o que prejudica o networking. É difícil encontrar professores e coordenadores de outras instituições, porque não há eventos em que a gente possa se reunir. E para conseguir mais aulas ou mudar de instituição, assim como em empresas "normais", a indicação e o relacionamento ainda são o melhor caminho.

Aqui em Curitiba, os professores têm uma opção: o GPCON. O Grupo de Professores e Consultores, fundado pelo professor Carlos Frederico de Andrade, promove um almoço mensal onde os professores se encontram para conversar, trocar ideias e fazer networking. O site do grupo também atualiza sobre lançamento de livros, publica artigos de associados e o mais importante: divulga oportunidades de trabalho para professores, que muitas vezes não são anunciadas em nenhum outro lugar.

Faço parte do GPCON há quase 1 ano. Nem sempre consigo ir nos almoços, mas quando vou é muito divertido. Confesso que sou meio bicho-do-mato, não tenho muita facilidade para puxar conversa com pessoas que ainda não conheço, mas mesmo assim vejo e sou vista.

Quinta que vem, a última do mês, deve ter mais um almoço. Se eu não estiver lotada de jobs (do meu outro trabalho, como redatora), vou lá fazer um social, encontrar os colegas e vender meu peixe acadêmico. Afinal, ainda não fechei minhas aulas para 2010!

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